Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. João 5:24





quinta-feira, 19 de junho de 2014

De Que Você Está se Alimentando?


"Não ter tempo para Deus é viver perdendo tempo."

Vivemos em uma sociedade onde o padrão de beleza, principalmente para as mulheres, é ser magerríma. Com isso vemos jovens, principalmente adolescentes, fazendo qualquer coisa em busca de um "corpo perfeito". Daí surgem as bulimias, anorexias e uma série de problemas que muitas vezes levam à morte.

Onde estou querendo chegar? tem uma frase popular que diz: você é o que você come! Analisando isso vemos que tem um fundo de verdade, pois as pessoas que tem uma alimentação equilibrada, balanceada, livre de gorduras e frituras, dificilmente terão problemas de saúde.

A pergunta é: De que você tem se alimentado espiritualmente? Você está se alimentando em pastos verdejantes, ou está se alimentando de ervasdaninhas? Estamos vivendo dias difíceis, em tempos trabalhosos. O apóstolo Pedro já nos alertou sobre os falsos mestres. (I Pe 2:1-3) que surgiriam para destruir o povo. Por isso, hoje não vemos a Palavra pura e genuína sendo pregada, ou seja, o alimento necessário para o nosso espírito.

Temos visto vir detrás de púlpitos alimentos podres, degenerado que só fazem mal; e que infelizmente tem matado muita gente (Os 4:6), que não enxerga ou não quer enxergar que Deus não está na vida dessas pessoas. Ao invés de pregar a Palavra, ensinar as coisas espirituais, estão pregando somente os bens terrenos, as coisas dessa terra.

O nosso mestre nos ensinou a "buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça e as demais coisas nos serão acrescentadas (Mt 6:33). Jesus disse: "aprendei demim que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas" (Mt 11:29).

Eu te pergunto: com quem essas pessoas estão aprendendo? Com Jesus da Bíblia, te afirma que não é. Jesus nunca pregou correntes, campanhas, prosperidades, ou seja, nunca pregou bens terrenos, e nunca ordenou aos seus discípulos quepregassem. Portanto, devemos aprender somente com o nosso mestre. Da mesma maneira que nos alimentando mal, naturalmente falando, pode trazer sérios problemas à saúde, assim é o nosso espírito.

Por isso temos visto pessoas raquíticas espiritualmente, fracas, sem conhecimento, sem autoridade, temendo o diabo;vivendo somente uma vida deaparência. Tudo isso é resultado da alimentação podre que os falsos mestres das suas igrejas tem lhes dado. Ainda tem a coragem de baterem no peito, dizendo-se servo de Deus. Que Deus? Só se for o deus deste século.

A erva daninha tem sido a alimentação de muitos "crentes", ervas daninhassão ervas venenosas, que só trazem danos para quem se alimenta dela. O pastorde ovelhas conhecia bem essas ervas. Era o dever dele, arrancá-las do meio do pasto, para que as ovelhas não morressem envenenadas, pois estas eram totalmente dependente do pastor.

Na simbologia a ovelha somos nós. Jesus é o bom pastor devemos depender totalmente da sua Palavra. Mas, o mercenário, o lobo, não está nem ai para a alimentação das ovelhas. Ele só está preocupado com os lucros (dízimos e ofertas) que as ovelhas podem lhes dar.

Vamos comparar o crente que se alimenta de ervas daninhas, e o que se alimenta de pastos verdejantes. O que come ervas daninhas, por onde passa cria problemas, dá mal testemunho, tem medo do diabo. Acredita quelevando para casa um "objeto ungido" vai alcançar a bênção; é invejoso, mentiroso, ou seja não tem os frutos do Espírito. O crente que se alimenta de pastos verdejantes é aquele que, desfaz as obras do diabo, é cheio do conhecimento da Palavra, cheio de unção, de autoridade, dá testemunho por onde passa, e é cheio dos frutos do Espírito.

Portanto amados, reflita nesta hora. Do que você está se alimentando? Olhe agora para a sua vida e veja! O que ela é hoje, é resultado da alimentação que estão de dando nos lugares com nome de igrejas. "Desperta tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá" (Ef 5:14).

A vida é composta de escolhas. Escolha hoje se alimentar de pastosverdejantes, e banir totalmente a erva daninha que aos poucos está te matando, e você não está percebendo. Aproveite agora e faça uma retrospectivade tudo o que você tem ouvido e compare com os ensinamentos do Senhor. Se realmente está de acordo com a Palavra de Deus. Não esqueça de Mt 7:21;" Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus".

| Autor: Cristina M. Silvano

Davi e o Poder do Louvor


O louvor eficaz agrada a Deus e afugenta os demônios.

Certo dia, Deus mandou que o profeta ungisse um novo rei sobre Israel. “Então Samuel tomou o vaso de azeite, e o ungiu no meio de seus irmãos; e daquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Depois Samuel se levantou, e foi para Ramá. Ora, o Espírito do Senhor retirou-se de Saul, e o atormentava um espírito maligno da parte do Senhor” (ISm.16.13-14).

A presença do Espírito de Deus sobre as pessoas no Antigo Testamento sempre se relacionava a uma missão específica. Ele atuava sobre aqueles que foram designados pelo Senhor como profetas, reis, juízes, etc.

Ninguém pode ter o Espírito de Deus e ser, ao mesmo tempo, possuído por demônios. Quando o Espírito Santo saiu de Saul, deu lugar a uma entidade maligna que, até então, não tinha permissão para dominá-lo. Saul começou a ser atormentado, como acontece com tantas pessoas ainda hoje. Não queremos dizer que esta seja a única causa destes males, mas a presença demoníaca pode produzir doenças, depresssão, pânico, etc.

Muitos anos depois, após seu pecado e arrependimento, Davi orou dizendo: “Não retires de mim o teu Espírito Santo” (Sl.51). Ele sabia o que havia sucedido ao rei Saul e temia que o mesmo lhe pudesse ocorrer.

“Então os criados de Saul lhe disseram: Eis que agora um espírito maligno da parte de Deus te atormenta” (ISm.16.15). 
Saul, o poderoso rei, não entendia o que estava acontecendo, mas os seus servos tiveram pleno discernimento, inclusive do que poderia ser feito para minimizar o problema. O tormento era resultado da ação de um demônio da parte de Deus, ou seja, enviado por Deus (2Ts.2.11). Afinal, o Senhor é soberano sobre todo o universo e até os demônios obedecem às suas ordens.

Disseram mais os criados de Saul: “Dize, pois, senhor nosso, a teus servos que estão na tua presença, que busquem um homem que saiba tocar harpa; e quando o espírito maligno da parte do Senhor vier sobre ti, ele tocará com a sua mão, e te sentirás melhor. Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me, pois, um homem que toque bem, e trazei-mo. Respondeu um dos mancebos: Eis que tenho visto um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar bem, e é forte e destemido, homem de guerra, prudente em palavras, e de gentil aspecto; e o Senhor é com ele” (ISm.16.16-18). 

Saul pediu um músico que tocasse bem. Aqui entra a questão técnica do louvor. Se Saul esperava música de boa qualidade, creio que Deus merece muito mais do que isso. A qualidade técnica não é nossa prioridade máxima, mas tem sua importância. Se Davi tocasse mal, não seria chamado diante do rei.

Além de tocar bem, Davi tinha uma série de qualidades, apresentando rara combinação de coragem, prudência e gentileza. O mais importante, porém, era a presença de Deus em sua vida.

Disse o servo de Saul: “Tenho visto o filho de Jessé”. Nós também somos observados em todo o tempo. Naquele momento, um testemunho maravilhoso foi dado acerca de Davi. O que pode ser dito a nosso respeito? Qual é a nossa reputação? Ela pode influenciar de um modo ou de outro nas oportunidades que surgem em nosso caminho e isto pode ser confundido com sorte ou com a falta dela. O que é dito a nosso respeito afeta a aceitação da nossa pessoa e interfere no resultado do nosso trabalho.

Enquanto cuidava das ovelhas, Davi tocava para Deus. Sua fidelidade no campo, sem platéia e sem aplausos, fizeram-no apto para tocar na presença do rei de Israel. Ele estava preparado para tocar bem porque era zeloso no que fazia. E o desafio maior não seria a presença do rei, mas a presença de um demônio que o atormentava. Davi estava preparado para isto também. Portanto, além da questão técnica, havia o aspecto espiritual.

“Pelo que Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo: Envia-me Davi, teu filho, o que está com as ovelhas. Jessé, pois, tomou um jumento carregado de pão, e um odre de vinho, e um cabrito, e os enviou a Saul pela mão de Davi, seu filho. Assim Davi veio e se apresentou a Saul, que se agradou muito dele e o fez seu pajem de armas. Então Saul mandou dizer a Jessé: Deixa ficar Davi ao meu serviço, pois achou graça aos meus olhos” (ISm.16.19-22). 

Jessé enviou muitos pães para Saul, pois aquela era a especialidade de sua terra. Belém significa “Casa de Pão”.

“E quando o espírito maligno da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele” (ISm.16.23).

Eis o exemplo de um louvor poderoso. O Espírito Santo operava em Davi, mas o demônio não saía quando aquele jovem entrava no recinto. Entretanto, ele não resistia quando o instrumento era tocado. Davi não dava atenção ao demônio nem dialogava com ele, mas louvava ao Senhor. Não sei se aquele louvor era extravagante, mas era, certamente, irresistível.

Uma forma superficial de interpretação do texto, poderia levar alguém a dizer que a harpa tem poder, assim como muitos pensam que o toque do shofar também tem poder, mas precisamos lembrar que por trás do instrumento tem uma pessoa, uma vida, uma reputação, um vínculo com Deus e uma boa condição espiritual. O instrumento pode ser qualquer um, ou até nenhum, embora seja desejável sua utilização.

Quando ouvimos o apito do guarda de trânsito, paramos o carro ou o colocamos em movimento. Será que o poder está no apito? Sabemos que não. Da mesma forma, não devemos mistificar instrumentos ou objetos utilizados no culto.

O demônio saiu e Saul sentiu alívio. Daí em diante, tornou-se dependente de Davi para livrá-lo temporariamente do espírito mau, mas sua condição espiritual não foi regularizada. Davi tornou-se pajem de Saul, acompanhando-o por toda parte. Muitas pessoas podem ser aliviadas do seu mal durante o culto, mas precisam acertar suas vidas com Deus. Não podem depender para sempre do músico ou do pastor. Não será o bastante ter uma bíblia em casa ou uma coleção de CD’s gospel ou aprender a cantar as músicas evangélicas.

Saul era o grande rei de Israel, mas precisava de Davi, um simples pastor. Assim também nós precisamos uns dos outros. Porém, Davi não seria suficiente. Saul precisava de Deus.

O rei obteve, temporariamente, o benefício indireto da presença do Espírito Santo em Davi. Como costumamos dizer, ele “pegou carona” na unção de Davi, mas isto não seria uma solução efetiva.

O melhor líder espiritual não será suficiente para resolver o problema de ninguém. Ele é útil e necessário, mas a situação pessoal com Deus precisa ser resolvida.

Não adianta fazer do líder um guru, protetor ou médico espiritual. Saul teve relação semelhante com Samuel, chegando ao ponto de invocá-lo depois de morto. É o que acontece quando as pessoas não têm um relacionamento pessoal com Deus e chegam ao extremo de invocar os mortos.

E Davi foi morar no palácio, tornando-se pajem de Saul. Repetidas vezes o espírito mau veio e foi afugentado, mas o problema não foi resolvido. Isto nos faz lembrar as palavras de Jesus registradas no Novo Testamento:

“Ora, havendo o espírito imundo saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, chegando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entretanto, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro” (Mt.12.43-45). 

E o estado de Saul piorava cada vez mais. No início, ele era atormentado. Depois, começou a profetizar mediante a ação daquele demônio (ISm.18.10-11). Isto podia não parecer um agravamento da situação. Alguém poderia até se interessar pelas profecias de Saul, mas isto nos mostra que a ação diabólica também produz cenas com aspecto religioso e supostas adivinhações ou previsões. Depois de uma dessas manifestações, Saul tentou matar Davi, colocando fim ao bom relacionamento que tinham.

A situação de Saul se agravou até a sua morte. Ele não se arrependeu de seus pecados, nem consertou sua vida diante de Deus. Que esta história nos sirva de lição. Os que hoje buscam em Cristo libertação, cura e prosperidade precisam também entregar a ele as suas vidas. Libertação sem arrependimento é uma ilusão que dura pouco. Portanto, são propícias as palavras ditas por Pedro no dia de Pentecoste:

“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (At.2.38).

|  Autor: Pr. Anísio Renato de Andrade

terça-feira, 17 de junho de 2014

Se Deus Quiser o Que eu Quiser...

Seja Feita a Sua Vontade

         Todas as pessoas, conscientes ou inconscientemente, procuram fazer a vontade de Deus, ainda que seguindo na contramão. Sempre que perguntamos a alguém se ela fará algo ou irá a algum lugar, a resposta é: "Se Deus quiser." Mas, como sabem se Ele quer ou não? Qual é o critério usado na decisão?
         Muitos não saem de casa sem consultar o horóscopo, outros procuram videntes, vão ler a mão, não faltam os que abrem a Bíblia, colocam o dedo num versículo, lêem, e pensam, esta é a vontade de Deus para aquele dia ou para aquela decisão.
         Disse alguém muito acertadamente que: "Como a lei natural, a espiritual está destinada por Deus a cumprir aquilo para qual foi criada. A ignorância não faz cessar sua operação. Se alguém desconhece a lei da gravidade e salta de uma janela, cairá e se espatifará no chão. Esse pode ser um caso de destruição por falta de conhecimento." E Oséias 4:6 diz:
"O meu povo é destruído porque lhe falta o conhecimento."   Oséias 4.6

         Como explicado, o fato de você não conhecer a vontade de Deus, não será razão para livrá-lo do castigo. E pior ainda será conhecer a vontade de Deus e não se submeter a ela.
         Esta afirmação pode ser confirmada na parábola do servo vigilante registrada em Lucas 12:47-48 que diz:
"O servo que soube a vontade de seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites. Mas o que não a soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. A qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou muito mais se lhe pedirá."   Lucas 12.47-48

         Parece mesmo que o melhor, é conhecer a vontade de Deus e submeter-se a ela. Um fato, porém que chama a atenção é que na maior parte das vezes, nós até queremos conhecer a vontade de Deus para certas situações, mas quando descobrimos, não a aceitamos e decidimos fazer a nossa própria vontade. Há o que chamo de um desejo receoso em se conhecer a vontade de Deus. Quando vamos buscar a Sua vontade, já vamos com a predisposição em fazer a nossa própria vontade.
         Ilustremos isto com um texto bíblico que está em Jeremias 42:1-6. Este texto é a ilustração perfeita, pois além de ser muito curioso e engraçado, mostra com perfeição o que acontece conosco quando buscarmos conhecer a vontade de Deus.
"Então chegaram todos os oficiais dos exércitos, Joanã, filho de Careá, Jezanias, filho de Hosaías, e todo o povo, desde o menor até o maior, e disseram a Jeremias, o profeta: Caia a nossa súplica diante de ti, e roga por nós ao Senhor teu Deus, por todo este resto. Pois de muitos restamos uns poucos, como vêem os teus olhos. Ora para que o Senhor teu Deus nos ensine o caminho por onde havemos de andar, e aquilo que havemos de fazer. Respondeu-lhes Jeremias, o profeta: Eu vos ouvi. Certamente orarei ao Senhor vosso Deus conforme as vossas palavras; eu vos declararei o que o Senhor responder, e não vos ocultarei nada. Então disseram a Jeremias: Seja o Senhor testemunha verdadeira e fiel contra nós, se não fizermos conforme toda a palavra com que te enviar a nós o Senhor teu Deus. Seja ela boa, ou seja má, à voz do Senhor nosso Deus, a quem te enviamos, obedeceremos, para que nos suceda bem, obedecendo à voz do Senhor nosso Deus."   Jeremias 42.1-6

         Por desobedecer à vontade de Deus, que conheciam bem, e apesar das oportunidades e solenes avisos dados por Deus através dos profetas (que em sua maioria foram ignorados, desprezados e mortos), é que o povo de Israel fora derrotado e se tornara cativo da Babilônia.
         Muitos foram mortos, outros levados como escravos para Babilônia. A cidade, os muros, o Templo, foram destruídos, saqueados e incendiados (Jeremias 39 e 40). Somente os mais pobres foram deixados pelo rei Nabucodonosor na terra de Judá, sob o governo de Gedalias, para cultivar a terra e viver nela.
         Algum tempo depois houve uma rebelião, e Gedalias, com diversos soldados babilônicos, que haviam sido deixados lá pelo rei, bem como várias outras pessoas, foram cruelmente assassinados. Após o fim da rebelião o medo tomou conta dos que sobraram, eles não sabiam qual seria a reação do rei ao saber do massacre de seus soldados e do governador que ele havia designado.
         Ficaram sem saber o que fazer: Se deviam ficar e tudo seria esclarecido; ou, se fugiam para o Egito em busca de proteção. Então, procuraram Jeremias e pediram que orasse a Deus e lhes informasse qual era a melhor decisão a tomar na atual situação, e afirmaram que, ainda que não gostassem da resposta, obedeceriam.
         Parecia tudo perfeito, agora era só esperar e confiar em Deus. Jeremias faz o que lhe pediram. Consulta a Deus, Deus responde, e ele vai dar a resposta ao povo.
         Qual não foi sua surpresa. Eles não acreditaram em Jeremias e ainda o acusaram de mentiroso e trapaceiro. Não aceitaram a vontade de Deus e decidiram o que já estavam mesmo querendo fazer, fugir para o Egito em busca de proteção.
         O fim da história é completamente trágico. Eles dão com os burros n'água. Se tão somente tivessem aceitado a vontade de Deus teriam sido poupados. O rei entenderia a sua situação, veria que eram inocentes e não os castigaria. Indo para o Egito, inflamaram ainda mais a fúria do rei, que entendeu isto como sendo uma rebelião, e sendo mais poderoso, invadiria o Egito e destruiria a todos que lá estivessem (Jeremias 42 e 43)
         Ficam aqui algumas interrogações que se aplicam perfeitamente bem a cada um de nós hoje: Eles realmente queriam saber qual era a vontade de Deus? Se estavam se dando mal por causa da sua infidelidade e desobediência a Deus, não estava na hora de aprender com o erro e demonstrar arrependimento e desejo de acertar? O Senhor certamente lhes perdoaria e os faria prosperar. Por que persistir e insistir no erro da desobediência? Por que insistir em fazer a própria vontade se a de Deus era a melhor para eles mesmos? É muito diferente hoje?

Alguns princípios aqui se destacam:

  • Primeiro, diante da trágica situação e da difícil decisão, eles precisavam crer que a vontade de Deus era a melhor, ainda que a deles parecesse mais razoável.
  • Segundo, Deus revela a sua vontade, mas nós devemos estar dispostos a aceitá-la e a querer cumpri-la.
  • Terceiro, deixar de fazer a vontade de Deus é fazer mal para si mesmo.

         Quase somos levados a crer que, toda vez que temos de escolher entre dois caminhos, o que mais nos agrada; o que mais nos parece aprazível; o que mais nos atrai; é sempre o errado e o contrário à vontade de Deus.
         Seria este um princípio bíblico? A vontade de Deus é sempre inversa à nossa? A vontade de Deus é sempre a mais dolorosa, a menos atrativa, a mais difícil? Você está disposto a descobrir? Uma coisa eu te garanto e posso afirmar, ela será sempre a melhor.
         Eu me ponho a pensar: Jeremias, esse grande profeta de Deus, não foi bem sucedido em mostrar ao povo qual era a vontade de Deus. Eles não deram atenção à sua mensagem e ainda o difamaram e caluniaram. Terão maior sucesso os profetas de hoje? Quem sabe um semelhante ou pior destino? Deus o sabe.


Autor: Jair Souza Leal

domingo, 1 de junho de 2014

Lidando com o pecado

Todos pecaram (Romanos 3:23). A única diferença é como as pessoas respondem aos seus próprios pecados. Saul e Davi foram os dois primeiros reis de Israel. Ambos eram homens humildes e fiéis quando foram escolhidos. Ambos reinaram bem, no princípio. Ambos pecaram. A diferença entre Saul e Davi era suas reações quando confrontados com seus pecados.
 

Saul

 
Devido a exigência do povo, o Senhor selecionou um rei para Israel (1 Samuel 8). Ele escolheu Saul, um homem belo de uma família militar. Saul, que estava procurando as jumentas extraviadas de seu pai quando Samuel o ungiu, ficou perplexo (1 Samuel 9). Sua timidez fê-lo esconder-se quando sua escolha foi anunciada publicamente (1 Samuel 10:21-22). Ele certamente não estava procurando glória pessoal.
 
Saul reinou bem, no princípio, mas gradualmente sua autoconfiança cresceu e sua confiança no Senhor diminuiu. Em 1 Samuel 15 o Senhor ordenou que Saul e seu exército conquistassem os amalequitas, uma nação que tinha atacado erradamente Israel séculos antes (veja Êxodo 17). Deus ordenou que os amalequitas fossem exterminados; nada deveria ser poupado. Em vez disso, Saul poupou o rei e os melhores animais. Agindo assim, ele pecou.
 
Deus disse a Samuel que fosse falar com Saul, que estava erigindo um monumento a si mesmo (1 Samuel 15:10-12). Quando Samuel se aproximou, Saul abriu a boca: “Bendito sejas tu do SENHOR; executei as palavras do SENHOR” (15:13). Ele parecia muito ansioso para assegurar a Samuel de que a ordem tinha sido cumprida. Samuel respondeu perguntando pelo som de bois mugindo e ovelhas balindo. Este era o ponto crítico. O que faria Saul quando confrontado com seu pecado? Saul defendeu-se (15:15). Ele explicou que era o povo que tinha poupado os animais. Ele raciocinou que isso era por uma boa causa: sacrificar ao Senhor. Desde Adão até agora, os pecadores têm tentado afastar a culpa e dar desculpas pela sua desobediência. É duro aceitar a responsabilidade pelos próprios atos.
 
Samuel repreendeu Saul, contrastando sua primitiva humildade com a vontade própria e o orgulho que ele, então, estava demonstrando (15:16-18). Essa dura reprovação penetraria as defesas de Saul e faria com que ele se humilhasse e se arrependesse? Não, Saul endureceu seu coração. Ele reiterou suas desculpas, alegando que tinha de fato obedecido ao Senhor. Ele insistiu que não era sua culpa, uma vez que o povo é que tinha poupado os animais e que tudo, afinal, era para sacrificar. A consciência de Saul era impenetrável. Mais tarde Saul recitaria a palavra “Pequei”, mas somente porque ele queria que Samuel voltasse e o honrasse diante do povo, não porque estivesse arrependido de fato.
 
Como resultado do coração impenitente de Saul (note Romanos 2:5), Deus afastou Seu espírito de Saul, e um espírito mau entrou nele. Dai em diante, a vida de Saul foi torturada e arruinada pela culpa. Ele se tornou paranóico, suspeitando de seu genro, Davi, e tramando matá-lo (veja Samuel 20:30-33). Ele assassinou 85 sacerdotes de Deus (1 Samuel 22) e resolveu consultar uma feiticeira (1 Samuel 28). Finalmente, ele se suicidou (1 Samuel 31). Saul demonstra o que acontece a uma pessoa que se recusa a confessar e arrepender-se do pecado. A culpa leva à insanidade.

Davi

 
Como Saul, Davi era humilde e justo quando foi escolhido para ser rei. Ele se tornou um governante popular e capaz, abençoado com vitórias militares e prosperidade. Infelizmente, o pecado entrou. Davi viu Bate-Seba, a mulher de um vizinho, enquanto ela se banhava. Inflamado pela cobiça, Davi indagou a respeito dela e soube que era a esposa de um dos seus mais condecorados soldados. Ele convidou-a ao palácio e cometeram adultério. Depois ela voltou para casa.
 
Cedo ou tarde, o Senhor confronta-nos com nossos pecados. Bate-Seba engravidou e mandou avisar Davi que ele era o pai. Em vez de admitir seu pecado, Davi chamou o esposo dela, Urias, da batalha e lhe disse que fosse para casa. Davi queria fazer com que a criança parecesse legítima. Por respeito aos seus camaradas, Urias se recusou a passar a noite com sua esposa. Frustrado, Davi enviou um recado, pela própria mão de Urias, para o comandante do exército, Joabe, para metê-lo na frente da batalha e, então, retirar-se dele. Deste modo, Urias foi assassinado e Davi tomou Bate-Seba como sua esposa.
 
A melhor coisa a fazer quando pecamos é admitir e nos arrepender. Davi não o fez. Em vez disso, ele tentou encobrir seu pecado e fazer com que parecesse que nada de errado tivesse acontecido. Assim, o Senhor tomou medidas mais fortes para levar Davi ao arrependimento. O profeta Natã foi a Davi e o condenou por seu pecado. Ele advertiu a Davi que ele tinha cometido tanto adultério como assassinato e que o Senhor o puniria severamente: (1) a criança morreria; (2) a espada nunca se afastaria de sua família; (3) as suas próprias concubinas seriam violadas à vista de todos.
 
Até este ponto, Saul e Davi eram iguais. Ambos pecaram. Um profeta foi enviado a cada um deles para condená-los pelo seu pecado. Ambos os profetas (Samuel e Natã) anunciaram o julgamento contra eles. É aqui que a diferença entre os dois homens pode ser vista. Saul tentou desculpar-se e afastar a culpa. Davi disse: “Pequei contra o Senhor… contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos…” (2 Samuel 12:13; Salmos 51:4). Ele implorou perdão e restauração de sua relação com o Senhor (veja Salmo 51). Portanto, Deus perdoou a Davi (2 Samuel 12:13). 
 
Que diferença o arrependimento faz! A vida posterior de Saul foi atormentada pela culpa, levando-o a paranóia, ciúmes e depressão. Seu reinado, começado tão esperançoso, terminou em suicídio. Davi, por outro lado, ainda que enfrentasse terríveis conseqüências de seu pecado (morte da criança, discórdia na família, estupro de suas concubinas), foi purificado de sua culpa e não foi atormentado pelos distúrbios mentais como Saul. Ainda que mortificado pelo horror de seu pecado, ele continuou a ter amizade com Deus e a servi-lo fielmente.
 
Aplicação para nós
 
O Salmo 32 registra as meditações de Davi com respeito a seu pecado:
Versículos 1-2: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo.” Davi regozijava-se com seu perdão, e sentiu aliviado por ter sido limpo. Contudo, o perdão não é automático. Ele chega àquele em cujo espírito não há engano: àquele cujo arrependimento é honesto, sincero e real.
 
Versículos 3-4: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” Davi se lembrava da agonia do pecado não confessado. Sua consciência não tinha descanso. Ele se sentia esvaziado, exausto. Ainda que confessar o pecado seja duro, uma recusa desavergonhada a aceitar a responsabilidade por ele é ainda mais forte com o passar do tempo. A culpa tortura.
 
Versículo 5: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.” Perdão! Alívio! Paz! Quando Davi confessou foi como se a pressão da água atrás de uma represa fosse aliviada pela abertura de uma comporta.
 
Versículo 7: “Tu és meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento.” Você vê o que a confissão e o perdão podem fazer? Admiravelmente, essa é a mesma pessoa descrita nos versículos 3-4. Ver a alegria do perdão deverá motivar-nos ao arrependimento e confissão dos nossos pecados ainda que seja difícil.
 
Versículos 8-9: “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem.” Davi contrasta o homem que responde ao simples olhar do Senhor com o homem parecido com a mula! Esse precisa de freio e rédea para fazer com que obedeça. Talvez ele estivesse pensando como teria sido melhor se ele tivesse se arrependido e confessado o seu pecado imediatamente, em vez de esperar até que Natã tivesse que lhe “bater” na cabeça. Algumas crianças são bastante sensíveis e, sendo assim, um olhar duro as corrige na hora, enquanto outras exigem diversas boas surras. Estaremos muito melhor sendo sensíveis à mais leve indicação da desaprovação do Senhor em vez de precisar de castigo severo para nos corrigir.
 
E quanto a nossos pecados? A diferença entre aqueles que seguem o Senhor e aqueles que não seguem, não está em seus pecados ‒ todos pecam. A diferença está no que eles fazem após pecarem. O que acontece quando alguém aponta o pecado em nossa vida ou quando lemos na Bíblia que o que estamos fazendo é errado? Agimos como Saul: afastando a culpa, dando desculpas, tentando defender-nos?
 
Agimos como Davi: admitindo humildemente nossos pecados e nos arrependendo quando a repreensão de um irmão nos força a enfrentá-los? Ou melhor ainda: desenvolveremos sensibilidade ao Senhor e a sua palavra de modo que vejamos nossos próprios pecados e imediatamente venhamos a confessá-los, nos arrepender e pedir o perdão ao Senhor?
Todos pecam. A diferença entre os homens está em como eles respondem aos seus pecados.